Moeda antiga de Alcácer do Sal dá que falar!

Na série numismática portuguesa que os CTT puseram a circular foi incluída uma moeda antiga de Alcácer do Sal, que tem chamado as atenções!

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1855

A moeda data da Idade do Ferro, de mais de um século antes da nossa era, e apresenta, inscrito entre dois golfinhos, o nome de Alcácer do Sal em estranhos caracteres, ainda por decifrar, de uma língua pré-romana. Na outra face, mostra-se a imagem do deus Neptuno, o deus do mar.

Pelos finais do séc. I antes de Cristo, o nome passou a ser IMP ∙ SAL, como se lê noutra moeda idêntica, achada na villa romana de Freiria, em Cascais, abreviatura que significa Imperatoria Salacia.

Julga-se que tal designação deriva da grande importância estratégica do sítio, como porto abrigado no estuário do rio Sado: imperatoria, por estar ligada ao poder político; salacia, mui provavelmente por, já nessa altura, aí se explorar o sal, condimento que sempre assumiu papel relevante, mormente para conservar o peixe.

De Salacia foi natural um romano célebre, a quem prestaram homenagem os habitantes de Lisboa (a Olisipo romana) e também os da Colónia Escalabitana (Santarém). Chamava-se Lúcio Cornélio Boco e, além de escritor, chegou a ocupar altos cargos na administração local e provincial.

A fidelidade da população salaciense ao poder da Roma antiga pode atestar-se por, numa inscrição dedicada a Júpiter, estar gravada, em baixo-relevo, a águia imperial.

Este e outros aspectos dos sítios romanos do Sudoeste da Península Ibérica (Évora, Beja, Faro, Tavira, Mértola, Santiago do Cacém, Tróia, Setúbal, Écija, Arucci, Córdoba) vão estar em análise no encontro científico internacional, a realizar no dia 11, na Universidade do Algarve, e, no dia 12, em Mértola, esta também uma cidade, porto no rio Guadiana, que desempenhou papel deveras relevante na Lusitânia romana.

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