CAVACO PERDEU A MEMÓRIA (ou a vergonha na cara)

Cavaco Silva reaparece periodicamente, numa espécie de prova de vida para continuar a receber os aplausos da direita política.

O discurso de Cavaco Silva é política pura. Tribalista e cínico. Cavaco finge que nós não sabemos do BPN, dos amigos Dias Loureiro e Duarte Lima, por exemplo, ou da Casa da Coelha. Cavaco aposta na memória curta dos portugueses. Acredita que já nos esquecemos do tempo em que ele governou, também com maioria absoluta, e os escândalos com membros do seu Governo faziam os títulos dos jornais.

Foram tantos escândalos que deram para um jornalista escrever um livro. “Escândalos Políticos em Portugal”, é o título da compilação feita por Bruno Paixão.

O livro de Bruno Paixão, 200 páginas onde se guardaram os escândalos na década de 1990, quase todos de natureza financeira. A ganância pelo dinheiro. O trabalho de Bruno Paixão é interessante, não só pelo relato dos escândalos, mas também porque reflete sobre os interesses que giram à volta dos escândalos, nos partidos políticos adversários e nas empresas de comunicação social. Para uns servem de arma de arremesso, para outros é “produto” que se vende.

Cavaco sabe que a maioria das pessoas não leem livros nem jornais e, portanto, vivem da berraria do momento. Cavaco está a berrar. O problema é que lhe deram oportunidade para isso.

Alcunhado pela esquerda como “a múmia”, Cavaco Silva reaparece episodicamente para prestar uma espécie de prova de vida, sem a qual corre o risco de ser esquecido e “enterrado” politicamente.

cartoon de Hélder Dias

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