A partir de hoje já não podem obrigar as pessoas a usar as chamadas máscaras sociais ou comunitárias, seja lá onde for. Por decreto, o uso de máscaras de proteção deixa de ser obrigatório em estabelecimentos e serviços de saúde e em estruturas residenciais ou de acolhimento a idosos e populações vulneráveis, segundo uma portaria publicada em Diário da República.
“Considera-se oportuno cessar a obrigatoriedade do uso de máscaras e viseiras em estabelecimentos e serviços de saúde e em estruturas residenciais ou de acolhimento ou serviços de apoio domiciliário para populações vulneráveis, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, bem como em unidades de cuidados continuados integrados da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados”, refere o diploma.
O Governo justifica esta decisão, entre outros argumentos, com “a evolução da situação epidemiológica da doença covid-19, o conhecimento científico, a efetividade e a elevada cobertura vacinal atingida em Portugal”.
NÃO HAVIA REGRAS CLARAS
Já há uns meses que o covid-19 passou a ser encarado como mais uma espécie de gripe, de variável perigosidade consoante a estirpe do vírus, a época do ano, o sistema imunológico do paciente. As recentes campanhas de reforço vacinal foram um relativo fracasso, em termos de adesão da população.
Os utentes dos serviços de saúde, por exemplo, estranhavam que para entrar nos centros de saúde tivessem de usar máscara por imposição do “securitas” que está de plantão nas receções, mas que dentro dos gabinetes médicos isso já não acontecesse, com a maioria dos médicos e enfermeiros a não usar máscara e a permitir que os utentes a retirassem também. Nas farmácias, os utentes já não eram obrigados a usar máscara, embora os funcionários desses estabelecimentos continuassem a usá-las. Uma confusão de comportamentos.
Porém, o Ministério da Saúde mantém a recomendação de uso de máscaras, principalmente em ambientes fechados ou aglomerações, por pessoas vulneráveis, como as que têm doenças crónicas ou se encontram em situação de imunidade reduzida, com risco acrescido para a covid-19. Ou seja, em casos excecionais.