A rebentar pelas costuras

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A União Indiana ultrapassou este ano a China, tornando-se o país mais populoso do mundo. Tem oficialmente 1428 milhões de habitantes, contra os 1425 milhões da China.

Tendo em consideração que a China tem uma área geográfica quase três vezes maior que a da India, 9 597 000km2 contra os 3 287 263km2, eu diria que este último país estará a rebentar pelas costuras.

Conheço uma pequena parte da China, numa visita que fiz ao país do extremo oriente, no ano de 2012. Posso-vos garantir que apesar de organizados e disciplinados, os chineses são como os grãos de arroz. “Um saco cheio leva milhões”.

Em comparação com as cidades europeias, a cidades asiáticas são um autêntico formigueiro. Não fossem aqueles povos do extremo oriente, tão cumpridores de um conjunto de regras básicas, que vão desde o levantar cedo da cama, dormitar uns minutos, se necessário, sentados à mesa, num bar, comerem refeições ligeiras à hora do almoço, sem se alongarem no tempo, não pararem para grandes conversas, tudo aquilo seria um caos, dada a quantidade de transeuntes nas ruas e nos transportes públicos. Basta olharmos para o trânsito automóvel nas artérias das cidades, para ficarmos logo assustados. Apesar de tudo, com poucos acidentes, em face dos milhões de veículos a circular. 

A China é uma ditadura e, por isso, tem regras muito rigorosas sobre quase tudo. Apesar de neste momento já se persentir alguma diferenciação social, a pobreza neste país está mais disfarçada e é menos visível, do que noutras regiões asiáticas. E há uma coisa bem visível. As crianças frequentam todas, sem excepção, a escola. Estas fazem lembrar os tempos do salazarismo. Tudo de uniforme e nas aulas de educação física, todos vestidos com o mesmo fato de ginástica e as mesmas sapatilhas.

Não conheço a India. Ou melhor, o que conheço é de ler e ver documentários alusivos ao país. Mas sei que é uma sociedade estratificada onde predominam as castas. Uma sociedade com poucos elevadores sociais. Numa sociedade estratificada há de certeza uma pobreza não só mais visível, como mais persistente. Tendo o país ultrapassado em número, a população chinesa, questiono-me se o poder politico está à altura deste desafio enorme. Dar uma vida com o mínimo de dignidade a toda aquela gente, mesmo que com padrões de referência ao nível da qualidade de vida, bem mais baixos do que os europeus.

Temo em breve uma catástrofe social naquela região. Até por via das alterações climáticas. Não que elas já não existam. Mas o problema poderia ser minorado, se houvesse um melhor planeamento demográfico. Nunca houve, infelizmente.

Enfim, quando o homem não quer, não há Deus que lhe valha!

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