O plástico é eterno e está a penetrar na matéria rochosa. Cientistas encontraram um novo tipo de rocha, constituída em parte por material geológico e em parte por plástico que derreteu e se fundiu.
Este novo tipo de rocha foi encontrado numa ilha desabitada no Oceano Atlântico, reserva natural brasileira e refúgio de tartarugas, a ilha Trindade.
“Isso é novo e aterrorizante ao mesmo tempo, porque a poluição atingiu a geologia”, disse à agência Reuters, Fernanda Avelar Santos, geóloga da Universidade Federal do Paraná.
![](https://duaslinhas.pt/wp-content/uploads/2023/03/rochas-c-plastico.jpg)
Os cientistas brasileiros fizeram análises químicas para descobrir que tipo de plástico há nestas rochas, a que chamaram “plastiglomerados”, uma mistura de grânulos sedimentares e outros detritos mantidos juntos pelo plástico. Trata-se de plástico proveniente de linhas de pesca abandonadas no mar e que, com o passar do tempo, acabam por derreter e penetrar nas rochas. Este fenómeno acontece na orla marítima, onde o plástico fica exposto ao sol e a temperaturas elevadas. “Quando a temperatura sobe, este plástico derrete e fica incorporado com o material natural da praia”, explicou Fernanda Avelar Santos.
Tudo isto acontece numa ilha remota no meio do Atlântico, a mais de 1.100 quilómetros de distância da costa do Brasil, onde não vive qualquer ser humano. Ainda assim, é o lixo produzido pelo homem que está a mudar este ecossistema.
![](https://duaslinhas.pt/wp-content/uploads/2023/03/ilha-trindade.jpg)
“A poluição, o lixo no mar e o plástico despejado nos oceanos estão se tornando material geológico preservado nos registos geológicos da Terra.” Uma descoberta científica horrível.