Em causa está a localização do hospital. Os de Torres Vedras querem-no em Torres Vedras e os caldenses querem-no nas Caldas da Rainhas. A autarquia de Óbidos alinha com as teses das Caldas da Rainha, por uma questão de proximidade.
A decisão cabe ao Governo e deverá haver uma proposta final entregue até 31 de março. Já não falta muito e, por isso, Óbidos e Caldas da Rainha tentam, agora, travar o processo. Há dias, apresentaram na Assembleia da República uma petição com mais de 13500 assinaturas que obriga os deputados a discutir a questão e a votar.
Em comunicado, Torres Vedras argumenta que “depois do caminho já percorrido, não é hora de voltar atrás”, e que um hospital localizado naquela cidade servirá “o Oeste e não um dos concelhos da região”.
O comunicado de Torres Vedras acusa Óbidos e Caldas de separatismo e divisionismo, texto que foi assinado pelos vereadores eleitos pelo PS e PSD, numa demonstração de unidade em torno desta causa.
Do outro lado da barricada, Óbidos e Caldas da Rainha apresentam 13500 assinaturas que concordam com este quadro: “a Região Oeste encontra-se em risco, uma vez que não existe resposta hospitalar adequada, nem infraestruturas condignas e recursos humanos suficientes. O tempo de resposta ao atendimento vai muito para além do aceitável, colocando em causa o pronto auxílio a quem dele necessita.” Digamos que é um retrato comum a mais autarquias, um pouco por todo o país.
Há ainda um último argumento, histórico. Dizem os caldenses que “os cuidados de saúde estão na génese das Caldas da Rainha, fundada com a edificação do Hospital Termal em 1485 pela Rainha D. Leonor.” Outros tempos, quando Portugal foi uma potência naval e comercial capaz de construir um império colonial.