O Chefe do Estado Maior da Armada diz que a Marinha não perdoa atos de desobediência.
“Este ato, que me entristece profundamente”, depois de realizado “não tem retorno, é como se ganhasse uma vida própria”, e “já não é possível ignorar”, foram outras considerações do Almirante. Ou seja, depreende-se que se tudo tivesse ficado no segredo da casa das máquinas do NRP Mondego, não haveria castigo.
“Os nossos aliados, mais tarde ou mais cedo, terão certamente notícia”, disse num discurso a bordo do navio patrulha Mondego e perante toda a tripulação, incluindo os que se recusaram a participar na missão que lhes foi atribuída. Será vergonha pela condição em que o navio português se encontra?
Nas casernas, o mau ambiente extravasa o âmbito deste caso, da própria Marinha. Por exemplo, um oficial da Força Aérea escreve, publicamente, no Facebook que “dar entrevistas é fácil. Complicado é cumprir os mínimos. Aturar chefes que só valorizam a missão, não os homens. E de repente isto mete água. Não me lembro de uma situação tão grave. Mas é o Estado a que isto chegou. E não fica por aqui. É que já chegamos ao ponto em que já não bastam as promessas, as entrevistas, as guerras dos outros que querem brilhar. A malta já não aguenta. Desta vez não há injeções de moral que resolvam isto. A coisa bateu no fundo. Há muito lodo no cais. As estrelas já não brilham no céu. A malta fartou-se!”
Elogios em público, reprimendas em privado. É aquilo que me dizem os meus amigos militares de carreira.