Contrariando o que tinha sido aprovado no tempo de Ângela Merkel, o Governo alemão decidiu que a partir de 2035 pode continuar a haver produção e comercialização de automóveis com motores de combustão. Mas, em vez de queimarem petróleo refinado, terão de queimar o chamado e-fuel.
A ‘novidade’ era previsível, perante as pressões a que assistiamos, está a ser espalhada pela agência de notícias Reuters, que apresenta a proposta alemã como uma medida apaziguadora face aos protestos da indústria automóvel e de alguns Estados membros da UE como, por exemplo, Portugal.
O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, disse à revista do clube que “os construtores não foram na conversa dos comissários”, não se mostrando nada surpreendido com o caminho que as coisas estão agora a tomar.
Para os cidadãos europeus automobilizados, isto representa a possibilidade de continuar a utilizar os veículos com motores de combustão, deixando de poluir. Os motores de combustão poderão funcionar com combustíveis sintéticos e não haverá necessidade de adaptar as redes de distribuição de combustíveis. Nas estações de serviço, as mangueiras passarão a debitar e-fuel em vez de gasolina ou gasóleo.
O problema talvez esteja na capacidade industrial de produzir combustíveis sintéticos. Trata-se de um processo químico, onde se misturam dióxido de carbono (que se retira do ar) e hidrogéneo (que se produz com água), resulta um gaz que liquefeito faz explosão.
Neste momento, há vários projetos de investigação industrial em curso, para se encontrar a melhor forma de produzir este e-fuel em quantidades industriais e a preços acessíveis.