No meio da enorme tragédia em que se tornou o terramoto na Turquia e Síria, sendo que este último país tem menos recursos para atender às enormes necessidades que se lhe deparam pela frente, do que o país otomano, muito por culpa do terrorismo islâmico e da guerra civil, ainda há quem queira fazer negócio com a desgraça dos outros, em especial crianças.
Vem isto a propósito de várias tentativas de rapto por parte de grupos armados turcos, de uma recém nascida, Aya, cujo “milagre” foi sobreviver num parto em que a sua mãe faleceu, depois desta ter sido resgatada dos escombros. Os 4 irmãos e os pais, acabaram por morrer todos, no terramoto. Salvou-se Aya, cujo nome em árabe, significa “sinal de Deus”.
A coincidência da sua sobrevivência perante tamanha catástrofe, transformou-a num objecto precioso, com elevado valor de resgate, para os grupos terroristas que pretendem negociar estes órfãos no mercado negro da venda de crianças para adopção, por quantias avultadas.
Se isto não é a lei da selva, alguma coisa há-de ser próxima do caos.
Este excelente texto vem reforçar uma ideia tantas vezes difundida: é nos momentos de tragédia que se reconhecem os verdadeiros seres humanos e aqueles que petrificaram na “selva”.
Tentar disputar o mais vulnerável dos seres, um recém-nascido, para obtenção de um lucro fácil, é verdadeiramente monstruoso.
E no entanto essas criaturas devem ter alguma agilidade mental para pensar em esquemas menos chocantes e ainda mais rendíveis.