Quando enviuvou, Ângela quis engravidar do marido. Ambos tinham querido um filho. Atacado por uma doença cancerígena galopante, Hugo fez uma doação de esperma para que, mais tarde, esse filho pudesse ser concebido.
A lei não permitia, a Igreja torceu o nariz, na Assembleia da República a direita votou contra, mas a maioria de esquerda aprovou a nova lei que Marcelo vetou e teve de ser votada segunda vez. Tardou a ser regulamentada, mas foi. O anúncio público de Ângela é o passo final nesse ato político. O resto da gravidez, o nascimento da criança, será o ato prometido mutuamente por dois amantes.
O caso de Ângela veio trazer para a discussão pública o tema da inseminação pós-morte, levou a um movimento pela legalização deste processo, que chegou à Assembleia da República. Claro que a mediatização do caso também ajudou à causa. A TVI teve um papel importante em todo este processo, cobriu exaustivamente o assunto e deu-lhe dimensão nacional. Não era só a história de Ângela e de Hugo, era um tema que passava a dizer respeito a todos nós.
Tudo isto também passa nas redes sociais. Ângela escolheu o Instagram para dar a boa nova.