MEO, NOS e Vodafone aumentam o que a lei lhes permite e que é definido pelo índice de inflação medido pelo Instituto Nacional de Estatística.
O mesmo aconteceu com as portagens das autoestradas, embora nesse caso o Governo tenha negociado um aumento ligeiramente inferior à inflação (mas muito superior aos aumentos salariais).
Nada nos diz, até agora, que o Governo pretenda impedir um aumento das telecomunicações tão brutal. E devia fazê-lo. Hoje, ter acesso à net é uma necessidade incontornável.
Hoje, ter net é obrigatório. O Estado comunica com os cidadãos por email. Sabemos se vai chover ou fazer sol no site da meteorologia. Os bancos interagem com os clientes pela net. As escolas dos nossos filhos falam connosco pela net. Fazemos compras online. Consumimos informação pela net. Sem net, não somos ninguém.
A maioria da população tem o acesso à net no mesmo pacote da televisão e do dispensável telefone fixo. É a armadilha que as empresas de telecomunicações montaram, alavancada com a chamada fidelização.
Neste momento, caso alguém se sinta enganado por causa do aumento do preço, e queira prescindir desse serviço, vai ter uma luta árdua para se desvincular do operador de telecomunicações com quem contratualizou a tal fidelização.
Na verdade, a fidelização apenas serve os interesses da empresa. É uma artimanha para nos tirar dinheiro dos bolsos com nenhuma contrapartida válida por parte da empresa. É o caso em que só o cliente tem obrigações. Pagar tudo até ao fim, aguentar com os aumentos de preços que ultrapassam em muito os aumentos salariais, não protestar pelas alterações decididas unilateralmente relativamente à grelha de canais de televisão disponíveis, e pagar mesmo quando há avarias no sistema que não são imputáveis ao cliente.
As operadoras aumentam o preço com o argumento do contexto internacional, a malfadada guerra na Ucrânia. Cheira a argumento da treta. É a inflação auto imposta, um esquema para arrecadar lucros cada vez maiores, uma vez que os custos dessas empresas não sobem na mesma dimensão. Ou alguém acredita, por exemplo, que a NOS, MEO e Vodafone vão aumentar em 7,8% o salário dos trabalhadores?
Oportuno, frontal e verdadeiro, o conteúdo deste texto.
É uma realidade: se as pessoas não precisassem tanto da net, tratariam da imediata desvinculação quando os abusos de mau serviço atingem limites intoleráveis.
De facto todas as instituições hoje comunicam por email, até as do Estado. Então compete-lhe impor sanções ao operador, quando o serviço não é prestado por motivos alheios ao cliente (que sempre é forçado a pagar…) ou verificar se há cumprimento de todas as cláusulas do “contrato”, começando pela publicação de textos com letras visíveis…