Para quê “perder tempo” com a crescente decadência da nossa governação, uma triste realidade que há muito antecipei? Perguntarão se também eu me “habituei”. Digo, simplesmente, que aquilo que ainda não tem remédio à vista, remediado está. Outros, com renovada energia, que avancem…
Entretanto, sofri um súbito agravamento de uma doença neurológica muito rara e que quase me incapacitou fisicamente. Confiado à qualidade da Medicina Portuguesa, é com satisfação que posso anunciar que, desde há dias, gozo de um diagnóstico promissor e de um prognóstico airoso.
Doença autoimune, não se pode descartar que este meu “desarranjo” possa ter sido precipitado pelas vacinas anticovid, ou por uma forma fruste da doença, que terei contraído no verão. E deste modo se reforçam as 29 conclusões do I Congresso Internacional sobre a Gestão de Pandemias, em Fátima, de que fui redator e que, tendo merecido ampla divulgação, não viu contestada uma só linha. Tal como na política…
Reitero assim, neste final de ano, a minha proposta de “pacificação” entre a OM e os chamados “médicos pela verdade”, colegas dignos e que não merecem o labéu de “negacionistas”. Nesta quadra de Natal e, em tempos de reflexão eleitoral, proponho mesmo a amnistia de todos os profissionais injustamente acusados, até porque a maioria honrou a classe médica ao dar o seu melhor na frente da batalha. Centremo-nos em salvar o SNS.
Justifica-se ainda este meu curto interregno na política pela elaboração de vários livros e pelo meu constrangimento pessoal, perante a terrível sucessão de mortes de amigos muito próximos, ou de pessoas que simplesmente admirava, desde Adriano Moreira a António Mega Ferreira. Tem sido deveras doloroso…
Mesmo assim, não deixei de reagir recentemente contra a insanidade política do atual Ministro da Cultura e ao miserável “saneamento” do PS, a título póstumo, de Maximino Serra, o último dos heróis da resistência à ditadura. Reafirmo um princípio de sempre: “Diz-me por que causas e ao lado de quem te bates e dir-te-ei quem és!”.
Dispensando mais comentários que até serão imperiosos, mas que certamente não se ajustam a esta quadra, resta-me desejar que, em 2023, juntos possamos desatar alguns dos mais apertados nós que hoje flagelam a sociedade portuguesa.
Um forte abraço de amizade e gratidão a todos quantos me aturam.
E “façam-me o favor” de ser felizes!