VALE TUDO NA DEFESA DO PLANETA E DA VIDA

Diretores de museus nacionais dizem-se preocupados e garantem que estão a tomar as medidas necessárias para prevenir ataques “terroristas” e ações “hediondas” dos grupos ambientalistas.

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Os museus portugueses poderão, eventualmente, vir a ser palco de protestos, como tem acontecido um pouco por toda a Europa, de grupos ambientalistas que pretendem chamar a atenção pública e política para as causas que defendem na defesa do ambiente, nomeadamente no combate às alterações climáticas.

Obras de arte famosas e valiosas têm sido alvejadas com polpa de tomate ou puré de batata. Na realidade, como se sabe, as obras de arte não ficaram danificadas. Os ambientalistas escolhem alvos que sabem estar protegidos por vidros à prova de bala ou, até, serem apenas réplicas das verdadeiras obras.

As ações mais mediatizadas foram, por exemplo, o quadro “Girassóis”, do pintor holandês Vicent Van Gogh (1853-1890), em exposição na National Gallery, em Londres, ao qual foi lançada sopa de tomate, no Palácio Bonaparte, em Roma, “O Semeador”, também de Van Gogh, “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci (1452-1519), na Royal Academy of Arts de Londres, a “Rapariga com Brinco de Pérola” (1665), uma das mais célebres do pintor holandês Johannes Vermeer e um quadro do pintor francês Claude Monet (1840-1926), da série “Les Meules”, em exposição no Museu Barberini de Potsdam, em Berlim, alvo de puré de batata.

Ações levadas a cabo pelo movimento Just Stop Oil ou outros grupos filiados na mesma causa.

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Diretores de museus horrorizados

Talvez os museus portugueses não tenham vidros à prova de polpa de tomate que protejam os quadros e, então, temem pela segurança dos tesouros que expõem.

Para diretores de museus portugueses, contactos pela Lusa, como o Museu Nacional dos Coches e o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, que guardam, restauram e exibem coleções únicas no mundo, estes casos são “preocupantes” para estes espaços culturais, porque “colocam em risco um património que é de todos” e “deve ser protegido para as atuais e futuras gerações”, reporta a agência Lusa.

O diretor do Museu Nacional dos Coches, Mário Antas, um dos museus mais visitados do país, mostrou-se “obviamente preocupado com um fenómeno que está sobretudo a alastrar na realidade europeia”.

“Não está em causa o direito de protestar, mas o ‘modus operandi’ para com as obras de arte, que, afinal, são património da Humanidade para serem fruídas por todos”, declarou Antas.

Relativamente à segurança, a direção do museu diz estar coordenada com a Direção-geral do Património Cultural [DGPC], organismo do Ministério da Cultura que tutela museus, monumentos, palácios e sítios arqueológicos nacionais. Em concreto, depreende-se que as equipas de segurança estão em estado de alerta elevado.

Os mesmos receios são partilhados pelos diretores do Museu Nacional de Arte Antiga, do Museu Coleção Berardo, Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu Nacional Soares dos Reis, Museu de Serralves, Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, Fundação Calouste Gulbenkian, todos ouvidos pela agência Lusa, são unânimes ao considerar este tipo de ações “absolutamente” inaceitáveis e que “os fins não justificam os meios”.

Já os ambientalistas consideram que tudo se justifica para defender o planeta e a vida.

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