Passou um ano e todas as perguntas continuam sem resposta. Danijoy Pontes e Daniel Rodrigues entraram vivos no Estabelecimento Prisional de Lisboa e saíram dentro de caixões.
As circunstâncias das mortes estão por explicar. A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) arquivou rapidamente os dois casos. As autópsias de Danijoy e Daniel revelaram a presença de ansiolíticos e antipsicóticos, medicamentos que os serviços prisionais lhes estariam a fornecer, embora as famílias digam que nada o justificasse.
Ontem, as mães de Danijoy e Daniel foram depositar flores na porta da prisão onde os filhos morreram ou foram mortos. Amanhã, 17 de setembro às 16h, no Rossio, em Lisboa, está convocada uma manifestação cívica para reclamar pelas respostas que as autoridades têm de dar sobre estes dois casos.
Em março passado, uma outra manifestação teve lugar em frente ao EPL para protestar contra o elevado número de mortes por explicar que ocorrem nas cadeias portuguesas. Segundo disse a APAR nessa ocasião, nos últimos 5 anos, morreram 303 reclusos, 66 dos quais foram considerados suicídios.