VENDEDORES AMBULANTES

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O vendedor que andava de porta em porta a tocar campainhas para impingir enciclopédias ou revistas de culinária já não existe. Foram exterminados à fome ou reciclaram-se noutra atividade qualquer. Hoje, os vendedores de coisas são as figuras públicas, os chamados influencers, ou lá o que é, que aparecem nas redes sociais patrocinados pelas mais variadas marcas.

O que eles fazem é misturar o produto a que dão a cara e o corpinho com cenas do dia-a-dia ou cenas que, aparentemente, não se destinam aquela venda. Exemplos?

Anda agora um alarido por causa das fotos “atrevidas” e vídeos sensuais que Cuca Roseta publicou no Instagram. Se repararem bem, o conjunto desses fotos e vídeos estão identificados como “patrocinados” e têm link para o site ou página da marca comercial em questão.

Depois, a mensagem é alavancada por pretensas notícias que tendem a engrossar o “escândalo”, de modo a focar a atenção do público nesse conjunto de fotos e vídeos. Há aqui uma mal disfarçada ação concertada entre interesses comerciais e informação propalada por meios de comunicação social.

Aliás, no caso particular de Cuca Roseta esta maneira de veicular produtos comerciais não é novidade. Num vídeo recente em que ela nos ensina exercícios respiratórios para combater stress, na verdade está a vender outras coisas.

É um modo de arredondar proventos financeiros que podem eventualmente nem ser cobrados em dinheiro, mas em férias pagas, viagens pagas, roupa e acessórios oferecidos. Enfim, há mil maneiras de receber sem pagar impostos.

1 comment

  1. INVEJA OU PRECONCEITO
    Quando alguém é intrinsecamente detentor de um potencial qualquer, tem o direito de o utilizar e rentabilizar em seu favor e se for essa sua vontade, desde que com isso não pratique um acto ou acção criminosa. Há quem recorra a agentes ou agências, e há quem saiba gerir a sua própria carreia
    Catarina Furtado disse há dias num programa de entretenimento na RTP, a propósito da forma ‘sexy’ como se apresentava, mais ou menos isto: “Se eu quisesse que me olhassem com outros olhos, não vinha assim para o programa”. O que não falta na comunicação social são artigos ou reportagens que mais não são que publicidade encapotada, uma prática que não é de agora.

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