Seguimos com alguma atenção a transmissão do voo do foguetão NS-22 da Blue Origin e, francamente, achámos aquilo uma espécie de treta. Os primeiros que se deveriam sentir defraudados são os passageiros. Os turistas espaciais. A foguetão subiu alto, mas não chegou ao espaço. Ou seja, se dizem que os turistas ganharam “asas de astronautas” foi porque a Red Bull patrocinou a coisa.
A transmissão durou um pouco mais de uma hora, mas foi a “encher chouriços” (como se diz na gíria televisiva). O voo durou uns míseros 10 minutos, a maior parte dos quais a vermos o foguetão a subir e a descer, depois de se ter separado da cápsula.
Foi giro ver como o foguetão aterra, envolto numa nuvem de poluição, mas sem se espatifar no chão, pronto para voltar a subir depois de uma revisão cuidada.
E foi o que se viu. Ouvimos uns gritinhos dos passageiros quando estiveram com gravidade zero dentro da cápsula durante uns 2 minutos, mas nem vimos imagens das habituais cambalhotas.
Em termos de transmissão televisiva, foi uma espécie de fiasco. Em termos de experiência pessoal, cada um dos turistas há de contar a sua versão, mas depois de terem gasto um balúrdio não lhes fica bem dizer que não gostaram.
Quanto à experiência científica do português Mário Ferreira, ficamos à espera que os resultados sejam divulgados. O grande Mário levou uma botelha de Vinho do Porto, não para beber, mas para “ver que alterações poderá sofrer um vintage de 2003, ver se com as forças G e ausência de gravidade, altera sabor, cor, e se existirão outras alterações químicas ou moleculares”, explicou Mário Ferreira à Lusa.
Ó pá. Esperamos que não se tenha estragado…