Marcelo não pode apadrinhar eleições aldrabadas

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A viagem de Marcelo Rebelo de Sousa a Luanda, para o funeral de José Eduardo dos Santos, é um erro e pode resultar num problema sério.

O funeral realiza-se sexta-feira, ainda sem resultados finais e definitivos das eleições de 4ªfeira, com agitação nas ruas e contestação política q.b., a presença de chefes de Estado estrangeiros pode ser um problema de segurança.

A viagem de Marcelo não será só um risco de segurança, mas principalmente um risco político desnecessário. Pode haver a tentação de aproveitar a presença dele e dos outros convidados estrangeiros para o funeral, para legitimar uma vitória eleitoral que está a ser contestada e sobre a qual há dúvidas mais do que legitimas, dado o histórico de eleições em Angola.

Nervosos e muito habituados a disparar, as forças de segurança angolanas precisarão de ter instruções rigorosas para proceder com moderação a eventuais protestos ou desacatos que ocorram. O Governo angolano não deveria arriscar-se a permitir atuações desmedidas na presença de convidados estrangeiros que deverão estar em Luanda na sexta-feira e com a cidade cheia de jornalistas que ali estão para acompanhar o ato eleitoral. Mas tudo pode acontecer. O que não pode acontecer é o Presidente da República portuguesa permitir que a sua presença possa ser manipulada para favorecer uma das partes.

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