Segundo foi difundido pela agência Lusa, a Global Media faz saber aos trabalhadores que está disponível para aceitar propostas de rescisão. Claro que se ninguém quiser ser despedido a bem, acabará por haver despedimentos a mal. É o costume.
Em causa estão meios de comunicação social como, por exemplo, o Diário de Notícias, o Jornal de Notícias, a rádio TSF, o desportivo O Jogo, o económico Dinheiro Vivo, o Açoriano Oriental (o mais antigo jornal de Portugal) e o Diário de Notícias da Madeira.
A empresa disponibiliza-se para pagar indemnizações um pouco acima do mínimo legal, mas propõe pagamento em 18 prestações mensais. Porque, assim, doi-lhe menos.
Recordamos que em 2020, o Governo distribuiu 15 milhões de euros pelas principais empresas de media nacionais e regionais. Esse pagamento teve o pressuposto de ajudar as empresas a aguentar o embate da crise publicitária provocada pela pandemia. O esquema montado pelo Governo foi de “pagamento antecipado” de publicidade institucional. Houve muitas críticas a isto, dizendo que o Governo estaria a comprar a complacência dos media. Mas poucos recusaram a oferta. Se a memória não nos falha, apenas o jornal online Observador recusou receber dinheiro por essa via.
O grupo Impresa e a Media Capital receberam mais de três milhões e trezentos mil euros cada pela compra antecipada de publicidade institucional. A Cofina teve direito a 1.691.006,87 euros e a Global Media recebeu 1.064.901,66 euros.
Mas o dinheiro gasta-se depressa. Acabou. E agora há trabalhadores que vão ser despedidos, porque a gestão faz-se sempre pelo lado mais fácil. E mais estúpido, também.