“Durante anos fui mantido em cativeiro. Estive anos preso”, diz Mo Farah. E o mundo ficou a saber que o seu verdadeiro nome é Hussein Abdi Kahin.
Na Somália, a criança que até ali se chamava Hussein ficou sem pai, morto numa guerra civil interminável. A morte do pai dispersou o agregado familiar. Aos 9 anos, a mãe entregou-o a familiares que o levaram para o Djibouti. Esses familiares entregaram-no a outra pessoa que o levou para Inglaterra sob uma falsa identidade. Em Londres foi vendido a uma família que o manteve como escravo durante anos. Fazia os trabalhos domésticos, cozinhava e cuidava dos filhos dessa família.
A primeira vez que entrou numa escola inglesa já tinha 12 anos. Não falava a língua, a BBC entrevistou uma antiga professora que disse que a criança chegou à escola desnutrida e “alienada emocional e culturalmente”. O professor de ginástica diz que a vida do jovem mudou completamente quando entrou numa pista de atletismo. Mo Farah diz que foi nesse momento que percebeu que o desporto seria a sua salvação, a única coisa que poderia fazer para ter outra vida, “era sair e correr”.
(O documentário integral não está disponível para fora do Reino Unido, mas pode ver curtos clips, neste link)