A CHINA não é a RÚSSIA

Toda a gente escreve sobre a guerra na Ucrânia, o jornal inglês The Telegraph publicou há dias uma prosa sobre a próxima guerra, quando a China invadir Taiwan.

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Toda a gente escreve sobre a guerra na Ucrânia, o jornal inglês The Telegraph publicou há dias uma prosa sobre a próxima guerra, quando a China invadir Taiwan.

Os sinais de tensão têm vindo a aumentar, com frequência a China envia aviões militares para o espaço aéreo da ilha separatista, numa demonstração de que considera tudo aquilo como seu. A China já avisou os EUA para não se meterem em aventuras tão longe de casa.

No artigo, assinado por Matt Oliver, coloca-se a questão sobre a reação das multinacionais quando a China lançar a sua “operação militar especial”. Será que vão alinhar de novo em sanções e abdicar do mercado chinês?   

título do artigo de Matt Oliver: “Empresas ocidentais enfrentam crise existencial à medida que cresce o medo da China invadir Taiwan”

A questão, em resumo

Sair da Rússia penalizou a Apple em 1% das vendas a nível global. Outras empresas mundiais tiveram prejuízos semelhantes. Nada que lhes tenha feito mossa.

Já o mercado chinês é outra conversa. Os lucros de muitas das maiores empresas ocidentais são obtidos, em grande parte, no mercado chinês, o país mais populoso do mundo.

Voltando ao exemplo da Apple, a receita obtida na China rondou os 68 mil milhões de dólares, cerca de 20% do total do negócio. A BMW vende 1 em cada 3 carros na China. A AstraZeneca faturou no ano passado 6 mil milhões na China.

Não é apenas no retalho que as multinacionais têm apostado na China. Voltando ao exemplo da Apple, em Zhengzhou a empresa Foxconn construiu a “cidade do iPhone”, onde emprega mais de 300.000 pessoas e produz metade dos iPhones mundiais em nome da Apple. A Apple depende ainda de uma longa lista de fornecedores chineses para componentes, como acontece com outras gigantes tecnológicas como a Microsoft, Google e Intel.

Outros exemplos: a Nike tem 102 fábricas na China; a Volkswagen vende um carro na China a cada 10 segundos, tem 33 fábricas no país.

Se a China for alvo de sanções económicas, como acham que estas empresas vão reagir? A China vai atacar Taiwan, não se sabe quando. Se fosse para fazer um favor à Rússia, era já. Mas os chineses vão esperar pelo seu momento. Serão eles a escolher o dia e a hora do ataque. Quando isso acontecer, os chineses dirão às empresas estrangeiras para escolher um lado. Com tudo o que isso implica.

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