Elon Musk, o empresário que quer comprar o Twitter para fazer da rede social um espaço sem limites à liberdade de expressão, não tolera críticas internas nas empresas que dirige.
É assim que a Space X, a empresa de Musk dedicada às viagens espaciais, acaba de despedir os subscritores de uma carta que circulou internamente onde se criticava a cultura da empresa.
Segundo a agência Reuters, a carta apelava a maior harmonia nas relações laborais e criticava o estilo de gestão do patrão, apelidando Musk de “embaraço” para a imagem da Space X.
Ontem, a propósito do Twitter, Musk disse que com ele a plataforma irá permitir “coisas bastante escandalosas” desde que o conteúdo não seja ilegal. Mas o escândalo só é interessante quando serve para criar receita para o próprio Musk e desde que não o perturbe.
Ora, depois de ler a carta aberta que circulava na Space X, Musk sentiu-se perturbado e mandou investigar a autoria da missiva. Os cinco despedidos serão os responsáveis pela perturbação de Musk e foram despedidos. Na América é fácil, rápido e barato despedir um funcionário.
O jornal New York Times cita um diretor da Space X que justificou os despedimentos porque a carta provocou nos outros funcionários “desconforto, sentiram-se intimidados, zangados” porque a carta “não refletia as suas opiniões”. Não sabemos quantos funcionários ficaram perturbados desta maneira. Pelo menos, o patrão ficou.
Fundada por Elon Musk em 2002, a SpaceX tem desempenhado um papel central no programa espacial norte-americano, é também uma das duas empresas em que o Pentágono depende para lançar no espaço a maior parte dos satélites militares e espiões dos EUA.
Musk, dono da fabricante de automóveis Tesla Inc., tem estado nas “bocas do mundo” devido a uma acusação de assédio sexual, que Musk nega ter acontecido, mas que pagou para que não se falasse mais nisso…
