Não foi certamente o primeiro a dizer um palavrão na pantalha da SIC, mas é preciso saber dizê-lo. E Milhazes soube. E com isso tornou-se definitivamente num ícone da Pop Art, prestes a atravessar fronteiras.
Enquanto isso não acontece, o mercado nacional já está inundado de azulejos azuis e brancos, garrafas de vinho, pins, t-shirts, brincos, músicas, canecas, um mundo de oportunidades fabricadas à pressa pelo marketing livreiro, televisivo e político, oportunista principalmente.
No Facebook, essa grande montra virtual, Milhazes avisa que “venho por este meio informar que a empresa Azul Pop colocou à venda azulejos do meu humilde rosto, tanto com, como sem a dita frase. A parte que me cabe será novamente entregue a organizações sociais e humanitárias. As contas serão regularmente comunicadas aos amigos. Quanto a t-shirts, brincos e outros objectos com a cara e a tradução minhas, nada tenho a ver com isso. Obrigado a todos os que contribuírem para uma boa causa”.
Há marketing autorizado e outro não. É sempre assim. Na feira da Malveira, às quintas-feiras, todas as bancas de roupa contrafeita já devem ter t-shirts com o car… a cara do Milhazes a traduzir concertos de rock. Em Carcavelos e Odivelas não será muito diferente, até porque os vendedores são os mesmos..
É preciso aproveitar as oportunidades, saber surfar o momento, porque tudo pode acabar mais depressa que a guerra. Mas, por enquanto, os livros devem vender-se como pãezinhos quentes e as palestras podem valer bom dinheiro. A SIC agradece e ajuda à festa.