JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS apresenta notícia sobre ele próprio

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Depois do lançamento feito pelo apresentador, a reportagem começa com a frase “ainda não é, mas dentro em breve será…” blá blá blá. Ou seja, ainda não é notícia, ainda não aconteceu. É um projeto, quanto muito. Talvez seja interessante sabermos coisas sobre esse projeto, mas não se trata de uma notícia. É uma informação. São coisas diferentes, apesar de tudo.

Com isto quero dizer que a autopromoção da RTP sobre a adaptação do livro “O Codex 632” não é coisa para se enfiar num alinhamento noticioso.

A discussão grassa nas redes sociais sobre se o José Rodrigues dos Santos deveria ter apresentado uma notícia em que é parte interessada. A questão é pertinente sob o ponto de vista da ética e até da deontologia da profissão de jornalista. Não deixa de ser estranho vermos o jornalista-apresentador a ser foco da notícia que ele mesmo apresentou. Parece-nos evidente que é coisa que não deveria ter acontecido.

recorte do Facebook

Esta questão poderia ter sido evitada se tivesse havido algum pudor prévio, tanto da Direção de Informação da RTP, do próprio José Rodrigues dos Santos ou dos restantes jornalistas da redação. Um jornalista não devia aceitar ser utilizado como pau mandado. Mas a coisa foi pensada, envolveu a correspondente em Madrid e uma entrevista prévia ao evento com o autor, gravada em Lisboa e incluída na peça da Ana Romeu. Em último caso, na reunião de alinhamento desse dia, a reportagem deveria ter sido rejeitada.

Nada contra sinergias entre a RTP e atividades extra de quem lá trabalha. O José Rodrigues dos Santos podia ter ido ao excelente programa “As Horas Extraordinárias”, falar com a Teresa Nicolau sobre as coisas fantásticas que acontecem aos livros que escreve nas horas vagas.  E não haveria sururu. Mas, se calhar, é por isso…

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