Fadistas nunca tiveram boa fama, fossem homens ou mulheres. No passado, o fado sempre esteve ligado à marginalidade. Severa, a primeira diva do fado de Lisboa, era prostituta e só cantava nas horas vagas.
Na tasca da putaria Houve ontem grande bulha, Veio de lá a patrulha, Pra o Carmo levar me queria (fado popular do século XIX)
Hoje, tudo mudou. Mesmo aqueles fadistas que se aburguesaram, alguns continuam irreverentes e livres de costumes. Podemos supor que será esse sentido de liberdade e bastante irreverência que justificam o modo como Cuca Roseta exibe o corpo. Seja no palco, a cantar fado, ou nas redes sociais a promover imagens de marca, Cuca tapa-se pouco.
A exibição tem provocado avalanches de críticas. E de aplausos também, evidentemente. Nós por cá, gostamos de ver, embora por vezes a coisa não seja bem concebida. A fotografia pode ser cruel. A falta de Photoshop e as calças elásticas revelam rabos um bocadinho exagerados. Por exemplo, as fotografias onde ela aparentemente pretende mostrar um restaurante onde jantou podem abrir o apetite, mas ficamos sem saber se era isso que se pretendia.
Mas, bela Cuca, nada de esmorecer. É preciso aproveitar, enquanto se pode. Depois dos 40, o relógio anda mais depressa. Quem te diz isto, não mente.
Ninguém duvida que a boa forma física ajuda a vender seja o que for. Discos de fado, também. Enquanto tiveres uma boa figura na montra, vais continuar a viajar e a vestir do bom e do melhor. E nós a ver-te.
Perfeitamente de acordo, meu caro Carlos Narciso. Lá diziam os antigos «Est modus in rebus», que nós podemos traduzir por «haja maneiras!» ou «nem tanto ao mar nem tanto à terra». E Cuca Roseta até nem precisa desses ademanes – digo eu – para se manter no patamar em que está. E dizes bem: ai os 40!…
Parabéns pela acutilância!