É interessante ver o que Milhazes escreveu ao longo do tempo sobre a questão das relações entre a Rússia e a Ucrânia. Alguns exemplos:
Em 19 de janeiro de 2008, dava conta das preocupações expressas pelo embaixador russo em Kiev, ao citá-lo quando disse que “a NATO é um bloco militar! Eu ouço na Ucrânia conversas do tipo: “A NATO é um clube”. Mas que clube interessante… com armas nucleares! A Rússia não quer rever as suas relações com a Ucrânia, por isso explicamos a nossa posição e as possíveis consequências para a Ucrânia a todos os níveis” – previne o embaixador russo.
Em 13 de fevereiro de 2014, Milhazes publica a denúncia sobre o apoio ocidental ao “golpe neonazi na Ucrânia”. Ou seja, Milhazes sabe bem que este é um facto antigo e provocador de instabilidade nas relações entre os dois países.
2 de Fevereiro – Nações ocidentais, lideradas pela União Europeia e pela Administração Obama, estão a apoiar um golpe abertamente neonazi com vista a uma mudança de regime na Ucrânia. Se o esforço for bem sucedido, as consequências irão estender-se muito para além das fronteiras da Ucrânia e dos seus estados vizinhos. Para a Rússia, tal golpe constituiria um casus belli, vindo como vem no contexto da expansão da defesa antimíssil da OTAN para a Europa Central e da evolução de uma doutrina EUA-OTAN de “Ataque Global Rápido”, que presume que os Estados Unidos podem lançar um primeiro ataque preventivo contra a Rússia e a China e sobreviver à retaliação. (Blog da Rússia)
Trata-se de um texto interessante, dá-nos ainda uma visão do que terá sido o golpe de Estado que derrubou o Presidente Viktor Yanukovych. Descreve o envolvimento dos neonazis ucranianos, “hooligans” futebolísticos de direita e veteranos das guerras do Afeganistão, Chechénia e Geórgia. O texto refere que “350 ucranianos regressaram ao país vindos da Síria em janeiro de 2014, depois de lutarem ao lado dos rebeldes sírios, incluindo grupos ligados à al-Qaeda como a Frente al-Nusra e o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS).”
São muitos os textos com interesse informativo, neste blog. Lá porque hoje José Milhazes parece estar esquecido das razões da guerra, esperemos que não vá a correr apaga-los ou modifica-los ou bloquea-los. Seria o recurso a um expediente soviético que lhe ficaria mal.