De todos os impostos existentes, o IMI é o mais odiado pelos portugueses. É considerado o imposto mais injusto e mais cruel.
Injusto porque, na prática, a receita deste imposto destina-se a pagar salários de trabalhadores autárquicos e contratos com empresas prestadoras de serviço às autarquias. Sendo as autarquias feudos partidários, onde quase só entram amigos, afilhados e correligionários dos diferentes autarcas, são os munícipes que pagam do seu bolso esses favores e prebendas.
Cruel, porque na prática é impossível fugir a esse imposto. Levados por um sistema que obriga as pessoas a optar pela aquisição de habitação, no ato da escritura notarial os cidadãos ficam amarrados para o resto da vida a duas obrigações: pagar a prestação bancária e o IMI. Se a meio do percurso de vida acontecer um percalço e o cidadão ficar doente ou desempregado, se tiver quebra de rendimentos, nem o banco nem a autarquia lhe perdoam a dívida. Seja de que modo for, tem de continuar a pagar, sob pena de perder o teto.
Não faz qualquer sentido que um desempregado tenha de pagar impostos. No caso do IMI, a única condição para se ficar isento tem a ver com o valor patrimonial da habitação. Se o cidadão não viver numa casa suficientemente humilde, não importa se perdeu emprego. Ou paga, ou vende para se livrar desse problema. E com o remanescente da venda, compra uma barraca.
Tudo isto para vos lembrar que o prazo para pagar a 1ª prestação do IMI termina hoje à meia-noite.