Os alunos portugueses continuam a ‘encornar’ as matérias, em vez de aprender a expressar os seus sentimentos, as suas vontades e interesses. Vi no ‘Dia das Profissões’ numa escola na zona de Almada.
Fui convidado para falar de jornalismo perante jovens de 17 e 18, que… não conseguem articular duas frases com sentido sobre as suas vidas. Eles são o resultado desastroso do sistema escolar português que privilegia a memória. Em vez do “ vamos-lá-falar”, muitos professores portugueses são obrigados a despejar carradas de matéria. E ‘adoram’ auto-relatórios, auto-avaliações, grelhas, objectivos e estratégias para… chegarem ao nada!
Em Almada, os alunos confessaram-me não ler jornais, nem livros. Nem já vêm televisão. E no computador é só jogos de ‘mata-e-esfola’. A escola portuguesa não ensina os alunos a pensar, expressar, escrever, expor e dialogar. Muitos professores fingem não perceber que o conteúdo das suas aulas de 90 minutos esvai-se num clique de computador ou telemóvel.
A escola passa ao lado do mais importante: o exercício da palavra como expressão do pensamento livre e ponderado! Resultado: temos as escolas atafulhadas de alunos analfabetos funcionais.