O almirante Gouveia e Melo cedeu em toda a linha às pressões para não expulsar o capelão Licínio Luís da Marinha. Não foram apenas os movimentos subterrâneos no meio castrense, as redes sociais, o Naval Zero. Foi também, por certo, a Igreja Católica e, segundo se afirma abertamente nas redes sociais, um telefonema do Presidente da República.
Assim, a Marinha já anunciou o regresso do capelão, colocado agora na Base Naval de Lisboa. O anúncio foi feito durante uma visita do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Gouveia e Melo, ao campo de Pinheiro da Cruz, Grândola, onde a força de fuzileiros realiza um exercício militar.
Na ocasião, foi celebrada uma missa campal de sétimo dia “de homenagem ao agente da PSP Fábio Guerra, pelo Bispo das Forças Armadas, D. Rui Valério, e do Capelão Chefe da Marinha, capitão-de-mar-e-guerra Ilídio Costa”. Uma demonstração de força da Igreja Católica.
O CASO EM RETROSPETIVA
O agente Fábio Guerra morreu no passado dia 21 de março devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior de uma discoteca, sendo que dois dos alegados agressores são fuzileiros da Marinha, que estão em prisão preventiva.
O capelão Licínio Luís tinha sido exonerado na sequência de críticas públicas dirigidas a Gouveia e Melo, depois de o CEMA ter proferido uma intervenção dura para com o corpo de fuzileiros, ao declarar que não quer “arruaceiros” na Marinha, nem militares “sem valores”.
Com o recuo do CEMA, nada garante que os “arruaceiros” e militares “sem valores” não se sintam encorajados a permanecer tal e qual.
