Um milhão de computadores

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Com alguma surpresa, muitos pais de alunos estão a recusar os novos computadores portáteis que as escolas têm para emprestar.

“não levam os computadores porque, entretanto, já compraram um, ou então são casos em que percebem que se trata de um empréstimo que terão de devolver”.

Filinto Lima, Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas

Os computadores têm de ser devolvidos em bom estado no final do ciclo, à semelhança do que acontece com os manuais escolares emprestados a todos os alunos do ensino obrigatório da escola pública que, no final do ano, têm de os devolver.

Mas se um manual pode chegar ao fim de um ano letivo em estado de poder ser reutilizado por outro aluno no ano seguinte, um computador portátil dificilmente sobrevive mais de três anos sem necessidade de ir para a oficina.

Por exemplo, um aluno que receba o computador no 7º ano, terá de o devolver no final do 9º ano. São três anos. Quando for devolvido já a bateria estará viciada, o disco rígido “empenado”, a motherboard cansada… mesmo que a máquina seja pouco utilizada. O tempo mata-nos. Aos computadores também.

Computadores para todos

A pandemia de covid-19, que chegou a Portugal há quase dois anos, fez acelerar o programa de digitalização das escolas. Em 2020, o primeiro-ministro António Costa anunciou o programa de distribuição de computadores por todos os alunos das escolas públicas, cerca de um milhão de crianças e jovens. Esse processo está em curso desde o ano letivo 2020/2021.

Mais de um milhão de computadores já foram distribuídos pelas escolas, numa operação que custou cerca de 400 milhões de euros, confirmou o Ministério da Educação. Quando chegar a altura de os devolver, logo se vê.

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