Caos no aeroporto de Lisboa

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Os protestos são motivados pela discriminação que as pessoas sentem. Nenhum passageiro proveniente de países europeus com índices de pandemia muito elevados é sujeito a um tratamento semelhante a este que é proporcionado a quem vem de fora da Europa.

Ontem aterrou um avião com cerca de 280 passageiros, proveniente de Moçambique. Antes de embarcar as pessoas foram obrigadas a fazer um teste e, à chegada a Lisboa, obrigadas a fazer um segundo teste.

Os testes são pagos pelo bolso de cada um. Quem não tem dinheiro, não passa a alfândega.

Famílias com dois ou três filhos gastam uma fortuna em testes. A duplicação dos testes, à entrada e à saída do avião é um absurdo. Não tem nenhuma justificação. Até porque estas pessoas ficam sujeitas a uma quarentena de 14 dias.

Entretanto já há uma petição pública para obrigar à reposição dos voos regulares com Maputo, onde se contestam os pressupostos que levaram a fechar fronteiras com 7 países africanos, um dos quais Moçambique.

Nas redes sociais, grassa a revolta. O empresário Nuno Rocha, por exemplo, diz sentir vergonha em ser português. E faz as contas a uma viagem num voo humanitário, a 1800 euros por cabeça e a 200 euros em testes à entrada e saída do avião, para uma família de 5 pessoas.

Outro viajante, mais famoso, de nacionalidade moçambicana, diz já ter sofrido muito em vários aeroportos, mas nada que se pareça com o que lhe aconteceu agora em Lisboa…  algo a que ele chamou “desorganização tão bem organizada”.

Dois depoimentos que devem ser lidos na íntegra, por todos nós, mas principalmente por quem tem a capacidade de emendar o que está a ser mal feito.

4 COMENTÁRIOS

  1. Esse senhor com o discurso alinhavado a dizer que vem de um país sem covid (Moçambique) para um país cheio de covid (Portugal), merece a medalha do megafone… Se assim é, porque não ficou em Moçambique? E fugiu para Portugal, como tantos outros, com o aparecimento por lá de uma nova estirpe do vírus? Depois dos palermas de direita, eis os palermas de esquerda a quererem lucrar politicamente com a pandemia. Vão criticar Angola, que também fechou fronteiras e voos a toda a África Austral.

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