Dentro de curtos 13 anos, em 2035, a União Europeia lança a pena de morte sobre o fabrico de carros movidos a combustíveis fósseis, embora a França e a Alemanha se tenham mostrado resistentes à medida propondo um alargamento do prazo.
Tudo indica que a descarbonização da indústria automóvel veio para ficar. O quarto maior grupo automóvel do mundo, Stellantis, dirigido pelo português Carlos Tavares e que reúne 14 marcas dos grupos PSA-Peugeot-Citroën e FCA-Fiat-Chrysler, assegurou junto da Vulcan Energy Ressources (VER) o fornecimento do desejado metal por cinco anos a partir de 2026.

A VER, um produtor germano-australiano de lítio, compromete-se a fornecer durante o período do acordo, qualquer coisa como de 81 mil a 99 mil toneladas de forma à Stellantis poder dar cumprimento ao seu plano de electrificação no valor de 30 mil milhões de euros.
Carlos Tavares anunciou há pouco tempo o projecto de o grupo pretender produzir 98 por cento de viaturas eléctricas já em 2025 para os mercados europeu e norte-americano.

GALP entra na corrida
Com um projecto de cerca de mil milhões de euros, a Galp, em parceria com o grupo sueco Northvolt, entra na corrida ao lítio para produção de baterias de veículos eléctricos.
Segundo o jornal Expresso, o projecto assenta no investimento de 980,5 milhões de euros no PRR – Plano de Recuperação e Resiliência – e abrange as áreas de extracção, refinação, e montagem e reciclagem de baterias, com uma produção anual de 25 a 35 mil toneladas de lítio, suficientes para alimentarem um milhão de carros eléctricos/ano.
É de sublinhar que a Comissão Europeia endureceu as medidas de redução de produção de CO2, exigindo um corte de 55% em 2030. Mas, a vitória final dos veículos eléctricos sobre os térmicos depende de várias medidas entre as quais a existência de postos de carregamento todos os 60 quilómetros. Estima-se que o aumento progressivo das vendas de veículos eléctricos obrigue à existência de 3,5 milhões de pontos de recarga em toda a Europa até 2030.
O lítio, com o qual lidamos há muitos anos através das baterias dos nossos telemóveis, é um metal alcalino, menos denso entre os elementos sólidos e “enferruja” – precisa de ficar imerso em parafina para evitar a oxidação.
Nas suas variadas utilizações, este “ouro branco” é aplicado em vidro e cerâmica resistentes ao calor, em ligas metálicas aplicadas na aviação e, entre várias outras, possui poderes medicinais de função endócrina e vende-se como remédio. Diz-se que a sua falta no organismo poderá estar ligada à infertilidade.