Provavelmente nunca veio a Portugal. Se tivesse vindo, teríamos sinais dele. É alguém que deixa rasto, por onde passa. Sinais sobre os desânimos, frustrações, sonhos e lutas de cada um de nós e de todos os povos do Mundo.
Chamamos-lhe Banksy porque é assim que quis que o chamássemos, mas nem sequer sabemos ao certo se é homem ou mulher, velho ou novo, gordo ou magro, se é um ou mais. Banksy é nome de fantasma. Nunca foi visto. Dele apenas conhecemos o que deixa desenhado, pintado, nos muros das cidades.
Alguns dos murais de Banksy estão avaliados em milhões de euros. Enfim, a arte é preciosa, mas na verdade não tem valor.
Se, por um lado, é uma pena que nenhuma cidade portuguesa tenha um mural de Banksy, por outro lado ainda bem, porque ia ser uma dor de cabeça ter de guardar o sítio 24 horas por dia até que a chuva e o sol apagassem a mensagem. Sim, guardar, porque há cada vez mais casos de gente que “recorta” os muros onde Banksy pintou para ficar com a obra de arte transportável e, assim, poder ser vendida.
Foi o que aconteceu agora em Inglaterra, o dono de um prédio na cidade de Lowestoft mandou remover parte de uma parede que tinha uma obra de Banksy, conforme relata o canal de televisão Skynews. Os trabalhos de pedreiro foram feitos de modo a preservar a pintura inteira e esse bocado de muro foi levado para local desconhecido. A ideia deste tipo é leiloar a obra de Banksy.
Como pode um “fantasma” defender os seus direitos autorais? Não pode… a não ser que se revele e reclame direitos sobre as obras que deixa por todo o lado.
Portugal não tem nenhuma obra de Banksy. Mas já houve oportunidade de visitarmos exposições de obras dele, no Porto e em Lisboa. Mas muitos não foram. Ou por desinteresse, por ignorância ou pelo preço dos bilhetes. Na exposição de Lisboa a entrada custava cerca de 13 €. O preço variava, havia preços de grupo e de família, mas não saía barato.
A verdade é que Banksy critica estes abusos de quem organiza exposições de obras suas e cobra bilhete de entrada. Ele que espalha gratuitamente arte pelo Mundo, para que outros possam olhar e pensar.