Não há limites para a expressão artística, podia ser o lema do duo Fado Bicha que, depois de uma vida numa espécie de semi clandestinidade, estarão bem visíveis no próximo Festival da Canção de 2022, a convite da organização.
A RTP selecionou e convidou 16 artistas e haverá mais quatro por votação do público num concurso livre que já decorreu.
Com o convite a Fado Bicha, a RTP retira do basfond LGBT dois ativistas libertários e libertadores. “Fomos convidades pela RTP para participar como autorxs de uma das 20 canções a concurso. Decidimos aceitar o convite. Não há lugar pra mais subterfúgios, barricadas ou meias palavras, entramos na arena para dar tudo, mostrar e reclamar tudo, lutar pelas nossas vidas, pelas vossas vidas, curtir muito e fazer umas boas mossas no cispatriarcado nacionalista português”, dizem eles publicamente como quem explica tintim por tintim o que se propõem fazer.
Já há muito boa gente a fazer festa, mas muitos que não os conhecem, que nunca os viram, vão cair de cu. Outros já se sentem incomodados. Para evitar ataques cardíacos, fica aqui uma amostra do que é o Fado Bicha.
A expetativa é grande. Os organizadores do Festival da Canção estão mesmo a tentar tirar a patine serôdia que rodeava o evento. Irreverência e popularidade parecem ser elementos do critério que levou à escolha de nomes como, por exemplo, Agir, DJ Marfox, Os Azeitonas ou Aurea que, entre outros, vão competir com Fado Bicha pelo bilhete de avião que levará o vencedor até Turim, na Itália, para o Festival Eurovisão da Canção.
Em 2021, os portugueses The Black Mamba, com o vocalista Tatanka, com a canção “Love Is on my Side”, foram os representantes nacionais em Roterdão, na Holanda, onde se portaram muito bem.