A guerra entre marcas concorrenciais pelo domínio do mercado é uma prática antiga e reveladora do espírito predador do capitalismo.
No mercado das bebidas essa guerra atinge, por vezes, práticas bastante agressivas, que podem chegar ao pagamento de somas elevadas para que um cliente assine contrato de exclusividade com essa marca. Por exemplo, entre a Super Bock e a Sagres, é assim que funciona. As marcas não oferecem apenas dinheiro mas, também, fornecem gratuitamente mobiliário (para esplanadas, por exemplo), maquinaria e um naipe diversificado de artigos de consumo. Ou seja, um bar que seja um bom ponto de venda, além da receita normal pode contar com vários abonos dos seus próprios fornecedores, sejam eles de bebidas com ou sem álcool ou café.
Em contrapartida, as marcas podem impor determinadas regras que vão dos preços de revenda aos consumos mínimos garantidos e à duração do contrato de exclusividade.
Por vezes, esses esforços pelo domínio do mercado vão um pouco para além da legalidade. A Super Bock acaba de ser multada em 24 milhões de euros, numa decisão do Tribunal da Concorrência. A empresa SBB (Super Bock Bebidas) anunciou que vai imediatamente recorrer para o Tribunal da Relação.
24 milhões é uma pipa de massa, realmente. A decisão do tribunal da Concorrência deve-se a ter sido dado como provado que a Super Bock impunha aos seus revendedores preços mínimos, “deturpando o livre funcionamento do mercado, em prejuízo dos consumidores, o que constitui uma restrição grave da concorrência “
O mercado das bebidas está, na prática, dominado pela Super Bock e Sagres que não se limitam a vender cerveja, vendem também águas minerais, refrigerantes e outras bebidas alcoólicas.