Muitas vezes, as pessoas votam em figuras controversas e com um discurso radicalizado não porque subescrevam tudo o que elas afirmam ou defendam mas porque ou “dizem umas verdades” ou parecem significar uma rutura com o passado recente que não convém. A ideia presente em muitos votantes no Ventura ou no Bolsonaro é certamente disso exemplo. No entanto, ambos são uma completa fraude.
O primeiro, não sendo propriamente estúpido, mostra cada vez mais que não é confiável, que flutua ao sabor dos interesses do momento, que sacrifica ideias em prol de resultados imediatos, que faz teatro para conseguir objetivos – pessoais, sobretudo. Se estivesse atento e preocupado com a massa do partido não permitiria, por exemplo, o desfile de idiotas perfeitamente acéfalos que vimos a concorrer por certas câmaras.
O segundo é um político completamente ignorante e imbecil, com a agravante de ter sido eleito para comandar os destinos de um país. Se alguém pensava que a ordem ia ser restituída, condenando a corrupção anterior, o que se vê no Brasil é o caos em várias áreas, com milhares de mortes fruto da pandemia mas também decorrentes da impreparação, da burrice, da inaptidão de alguém que trata os outros com visível desprezo e que os discrimina ou não consoante o grupo a que pertencem.
Uma fraude, um desastre, uma ideia antissistema ou anti status quo que não vingará a longo prazo porque só os que querem ser enganados se deixarão seduzir. Pode isto soar a otimismo exagerado mas é pouco provável que estas lideranças venham a ter credibilidade suficiente para se aguentarem como salvadores das pátrias.