A propósito do desconfinamento que se aproxima, ouvindo os virologistas pergunto qual é a lógica em abandonarmos repentinamente todas as medidas de prevenção e de proteção que até há uns dias nos diziam serem comprovadas cientificamente, indispensáveis e obrigatórias? Quais são os estudos científicos que dizem que estas agora já não são necessárias?
Principalmente quando nos é dito que:
1. As vacinas não nos protegem a 100%, nem individualmente nem coletivamente.
2. Que é provável que com o frio a situação se agrave novamente.
3. Que podem surgir outras variantes do Covid 19, em relação às quais as vacinas atuais não nos protegem.
4. Que a gripe sazonal pode aumentar a propagação do vírus e a gravidade da doença.
5. Que com o aumento da circulação de pessoas dentro dos países e entre os países, a propagação do vírus pode aumentar e surgirem novas variantes.
6. Que com o início do ano escolar pode haver outro surto, pois os estudantes estão grande parte do dia numa sala em que a circulação de ar é limitada, e que nos recreios e nalgumas atividades curriculares a maior proximidade e os pequenos ajuntamentos são inevitáveis.
7. Que é possível que as pessoas com mais de 65 anos, principalmente se tiverem outras doenças associadas, necessitem de uma terceira dose de vacinação, (e muitas delas têm netos).
8. Que se desconhece a eficácia da duração da vacina ao longo do tempo.
9. Que os países, em que foram abandonadas todas as medidas subitamente, tal como no Reino Unido, tiveram de voltar atrás.
Se os especialistas nos dizem isto, não será mais eficaz baixarmos a guarda progressivamente enquanto monitorizamos os resultados e solucionamos atempadamente o que possa surgir, de forma a podermos avançar de facto, de forma sustentada, sem retrocessos?
Parece que vamos fazer tudo para que uma terceira vacinação de toda a população seja inevitável. Quem é que ganha com isto? Nós não somos e o país também não!
O Vice-Almirante Gouveia de Melo, segundo a SIC, “fala em pressão para administrar terceiras doses, que é motivada por interesses comerciais”. Não será prudente e indispensável ouvirmos o que tem a dizer?