O banqueiro Rendeiro fala de Salgado e Sócrates

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No dia em que começou o julgamento do banqueiro Ricardo Salgado, lembramos as declarações públicas de João Rendeiro, banqueiro condenado a 10 anos de prisão efetiva por gestão danosa do Banco Privado Português (BPP).

Quando chegam à porta da prisão, os banqueiros não hesitam em se acusar mutuamente. Rendeiro lembra a ligação que alegadamente existia entre Salgado e Sócrates e acusa o duo de serem os verdadeiros causadores da falência do BPP.

Rendeiro diz que Sócrates e Salgado tinham um acordo para controlar a banca portuguesa e que o BPP foi abatido por não estar alinhado com o Governo, não ser “fiel a Sócrates”, por estar a “pisar os calos” aos grandes bancos, nomeadamente ao BES.

Ideologicamente, Sócrates estaria ainda a tentar agradar à “populaça” ao deixar morrer o “banco dos ricos”, alega Rendeiro.

João Rendeiro parece apostar que o julgamento de Ricardo Salgado venha esclarecer o esquema engendrado por Sócrates e Salgado para controlar o BCP, ao mesmo tempo que faziam desaparecer o BPP. Nesse esquema, Rendeiro não hesita em incluir o Banco de Portugal que não fez nada para evitar que um grupo de investidores financiados pela Caixa Geral de Depósitos fizesse o “assalto” ao BCP. Terá sido o caso de Joe Berardo, por exemplo.

Rendeiro lembra que ainda não há balanço de liquidação do BPP, nem apresentação pública de contas da gestão da massa insolvente do banco. Diz que há ainda entre 700 a 900 milhões de euros em liquidez e a coleção Ellipse (obras de arte) que valerá cerca de 50 milhões, e que ninguém sabe como essa fortuna está a ser gerida. João Rendeiro diz que a comissão liquidatária existe para liquidar e não para se perpetuar, aludindo que haverá outras intenções neste grupo de pessoas, “sentados em cima de 700 milhões de euros”, desde que o BPP foi implodido, já lá vão 11 anos.

O vídeo completo com as declarações de João Rendeiro está disponível no Youtube desde maio de 2021.

Para Rendeiro tudo não passou de uma trama onde ele foi, apenas, vítima inocente. Lembramos que João Rendeiro foi condenado a 10 anos de prisão efetiva por apropriação indevida de mais de 13 milhões de euros.

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