Foi um restaurante, uma construção de raiz com uma arquitetura bastante interessante. A frente arredondada acompanha a curva da estrada e possibilita uma ampla entrada de luz, a possibilidade de se ver tanto o nascer do dia como o pôr do sol…
Construído em 1948, o restaurante adquiriu o nome da propriedade (Quinta da Boa Viagem), a quinta parece estar igualmente abandonada, mas se assim for é um abandono mais recente porque há notícia de ter sido explorada até à década de 1980.
O restaurante Boa Viagem encerrou muito antes, em finais da década de 60 ou início dos anos 70, terá sido um negócio mal gerido, não se vislumbra outra razão para ter encerrado.
Estranho é não ter sido vendido, porque estamos a falar de um edifício que era uma joia arquitetónica, num local privilegiado, encostado à floresta de Monsanto, paredes meias com o Estádio Nacional, ampla vista de mar…
O tempo ajudou a tecer histórias fantasiosas de fantasmas e maldições, mas é evidente que nada disso tem base real… embora digam que existem cavernas no subsolo do edifício, por debaixo das caves onde se armazenava a garrafeira do restaurante…
Há quem firme, de resto, que toda a propriedade foi vendida em meados da década de 90, mas se foi assim, quem a comprou nada fez por ela. Talvez estejam à espera que valorize ainda mais, e se na verdade se concretizar o projeto que está previsto para a foz do Jamor, estes terrenos passarão a ser mais apetecíveis para o negócio da construção de apartamentos e centros comerciais… embora, olhando bem, a quinta encontra-se num vale, dito de outra maneira, um leito de cheias.