Operação policial no rio Tejo

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Depois de terem sido denunciados os casos de abuso sobre imigrantes nas estufas agrícolas em Odemira, a polícia afirma ter desmantelado várias redes internacionais que se dedicavam à pesca ilegal no rio Tejo, com recurso a mão-de-obra migrante.

A captura de bivalves no Tejo sempre foi praticada ilegalmente, sem respeito pela salvaguarda dos stocks, sem respeito pelas condições sanitárias de um produto que é para consumo humano.

Na zona do estuário do rio estas atividades ilegais centram-se nos bivalves, mais a montante é a pesca do meixão, nome dado à enguia bebé, apanhado e exportado ilegalmente para Espanha onde chega a ser pago principescamente. Um quilo de meixão pode valer 10 mil €, um preço absurdo mas que o mercado consumidor espanhol absorve.

Desta vez, a ação policial foi levada a cabo pela Polícia Marítima e decorreu na margem sul do Tejo, nos concelhos do Barreiro e Almada.

Sete pessoas foram constituídas arguidas, das quais cinco também foram detidas, durante o cumprimento de 34 mandados de busca e apreensão por suspeita dos crimes de captura ilegal de amêijoa no Tejo com recurso a mão-da-obra ilegal, falsificação de documentos, crimes contra a saúde pública, fraude sobre mercadorias, fraude fiscal e branqueamento de capitais, e posse de arma ilegal.

A megaoperação que desmantelou as três redes internacionais envolveu 90 elementos da Polícia Marítima, apoiados por 26 veículos. As buscas culminaram na apreensão de 16 viaturas, duas embarcações, 40.000 euros em numerário, mais de duas toneladas de amêijoa, duas armas de fogo, uma arma branca e ainda vários dispositivos eletrónicos, como, por exemplo, computadores.

Esta megaoperação com contornos internacionais, foi o culminar de uma investigação da Unidade Central de Investigação Criminal da Polícia Marítima iniciada há dois anos, em colaboração com a Europol, a PSP, e instituições policiais de Espanha, França e Itália.

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