O urbanismo de Oeiras tem procurado preservar os vários centros históricos do conselho. Pelo menos, gaba-se disso. No site da Câmara Municipal lê-se que “a reabilitação e salvaguarda dos Centros Históricos assume uma estratégia de Gestão Global e Integrada de toda esta complexa realidade entendida como um valor patrimonial local, não só em termos físicos mas também cultural, histórico, económico e sobretudo, social”, contexto em que a autarquia tem procurado orquestrar uma ação coerente, adquirindo edifícios degradados, renovando-os e devolvendo-os à vida comunitária.
“Habitar Oeiras” e “Habitação Jovem nos Centros Históricos” são programas que atuam nessa renovação do parque habitacional, com os quais se tenta manter de pé o património histórico edificado e trazer população jovem para o coração dos núcleos urbanos.
Ninguém diz que não se tem feito obra. Mas muitos dizem que a coisa anda demasiado devagar. Argumentam que um concelho tão rico como Oeiras já poderia ter a casa arrumada no que diz respeito a estas questões.
A verdade é que, no site da CMO, a última notícia sobre recuperação de um edifício na zona histórico de Oeiras data de dezembro de 2019, quando a autarquia anunciou que na Rua Marquês de Pombal, números 3, 5 e 7, em plena vila de Oeiras, foram criados 11 fogos para arrendamento jovem.
A lista de candidatos a este tipo de habitação é longa. São centenas de nomes de malta entre os 18 e os 35 anos que esperam vir a ser contemplados com um apartamento na zona histórica.
E há muitos edifícios por recuperar, ainda. Numa curta ronda pelas ruas entre o Palácio do Marquês de Pombal e a Igreja Matriz, edifícios que datam do século 18, encontrámos vários casos de edificações arruinadas e devolutas mas, também, alguns sinais de iniciativas para alguns deles virem a ser recuperados.
Entretanto, a Câmara Municipal diz que, até agora, já adquiriu dezenas edifícios no âmbito do Programa Habitação Jovem dos Centros Históricos (Paço de Arcos, Oeiras, Algés, Dafundo, Barcarena, Leião, Porto Salvo, Carnaxide e Queijas), muitos com obras já concluídas, outros em diferentes fases desse processo de recuperação, mas todos eles destinados a serem sorteados pelos candidatos ao programa em referência, em investimentos que somam vários milhões de euros.
Não se nega que estas coisas custam um dinheirão, mas o investimento é compensado pelas mais-valias trazidas pela preservação patrimonial, seja em termos culturais como económicos, por alavancarem várias atividades conexas como, por exemplo, o turismo.
Mas depois reparamos que a CMO poupa noutros pormenores, um tanto ou quanto incompreensivelmente. Por exemplo, nos canteiros de flores colocados nos postes de iluminação pública ou nas varandas do Palácio do Marquês de Pombal. São de plástico. Não precisam de jardineiro nem de serem regadas periodicamente.