Sempre que Arlindo Marques denuncia um acto de poluição do rio Tejo, apanha com um processo judicial em cima. As empresas visadas têm tempo, têm o dinheiro necessário e os advogados por conta delas e, assim, acionar um processo não lhes custa nada.
Arlindo, também conhecido por “guardião do Tejo”, tem uma arma terrível – uma câmara de vídeo – e um palco por excelência – o Facebook – e uma vontade inquebrantável. E não tem medo. E não se cala. De certo modo é invencível, mesmo que algum dia venha a perder um processo judicial. Se for condenado a alguma multa, há centenas ou milhares de pessoas que juntam cêntimos para angariar a quantia necessária. O último desenlace foi-lhe favorável. A empresa Fabrióleo desistiu da queixa já com o julgamento a decorrer no tribunal de Santarém. Justificaram-se por estarem “cansados de casos mediáticos”.
Em 2019, na página do Facebook de Arlindo Marques foram publicadas acusações sobre uma alegada tentativa de atropelamento quando Arlindo estava a gravar imagens das águas poluídas do Tejo, na zona da ribeira da Boa Água onde se situa, precisamente, a Fabrióleos. Segundo as acusações publicadas, a tentativa de atropelamento teria sido perpetrada pelos proprietários dessa fábrica que, dizendo estarem a ser difamados, moveram então uma ação contra Arlindo. Agora desistiram.
Em declarações ao site mediotejo.net Arlindo não se mostrou surpreendido com este desfecho.