Ao nos termos esquecido da verdadeira natureza do ser humano, pusemos em perigo a natureza, a economia, a indústria, as relações humanas, a educação, a cultura, a saúde, a justiça, a prosperidade, todos os sistemas em que ele coabita, este planeta, as suas civilizações e sabemos lá se outros planetas, outras formas de vida e de civilizações. Sim, porque uma coisa devemos ter aprendido, lá por não considerarmos a existência de outras formas de vida ou por as desconhecermos, isso não quer dizer que estas não existem. Porque ao termos desconhecido as consequências de certos atos nossos ou por não as termos considerado, isto não quer dizer que estes não fossem possíveis que não estivessem a ocorrer.
E assim, vimo-nos a braços com situações e circunstâncias desumanas, destruidoras, avassaladoras, calamitosas e sem capacidade para as compreendermos, para nos organizarmos e para respondermos de forma adequada e atempadamente.
Criámos a energia nuclear e a bomba atómica num planeta de dimensões reduzidas que é uma anarquia de nações, de zonas e de civilizações. Fizemo-lo sem termos desenvolvido em simultâneo uma ciência da mente humana e um conhecimento verdadeiro sobre o ser humano Despojámo-lo de valores morais e da sua espiritualidade porque se afirmava que estes eram inexistentes, simplesmente porque, na altura, não podiam ser medidos. Negacionismo in extremis, ou seja, negámos algo simplesmente porque o desconhecíamos. Denegriram-se e mataram-se pessoas, negou-se e proibiu-se o conhecimento avançado por elas só porque afirmavam que a Terra era redonda ou que era a Terra que rodava em torno do Sol. Isto simplesmente porque aqueles, que detinham o poder na altura, assim acreditavam e diziam que era impossível provar o contrário. No entanto estas eram verdades, continuaram a ser verdades e continuam a ser verdades.
Negámos e despojámos o ser humano das suas qualidades humanas, das suas responsabilidades pelo seu humanismo e pela humanidade. A insanidade, a doença, a desresponsabilização, a criminalidade e a destruição dos ecossistemas aumentaram exponencialmente. E, a guerra moderna culminou na ameaça da destruição de todas as obras do ser humano. Nenhuma civilização consegue progredir em direção à sua sobrevivência contínua, sem assumir a sua verdadeira natureza, o seu conhecimento, os seus atributos, as suas limitações e as suas aspirações.
É imperioso que o novo “normal” seja muito diferente do “normal” que conhecemos, da normalidade que nos foi imposta e a que nos habituámos. O ser humano é diferente do universo físico. Quando o reduzimos à sua dimensão física, vemos os seus piores e mais tenebrosos comportamentos, seja a nível físico, mental, emocional, espiritual, social ou ético. É como se deixássemos para trás exatamente as qualidades e as características que o distinguem do universo físico e até das outras espécies animais. E, no entanto, são exatamente essas qualidades e características que o fazem feliz, que o levam a conseguir viver em harmonia com os seus semelhantes, com as outras formas de vida e até com o universo físico que o rodeia.
O ser humano é basicamente bom. Há um autor, filósofo e humanista, que diz que existem apenas 2% de seres que são realmente maldosos que querem destruir, causar o caos e que oprimem de facto os outros. Fazem-no de forma encoberta, dissimulada, fingindo serem amigos e quantas vezes declarando que o são, tudo para que confiemos e acreditemos neles, para que os sigamos e assim não serem apanhados. Existem outros 18% que estão debaixo da influência negativa destes, quantas vezes sem se darem conta disso.
Ou seja, os restantes 80% dos seres humanos, da população, são bons, querem o seu próprio bem assim como o bem dos outros e de tudo aquilo de que dependem e que afetam com as suas vidas. Trabalhemos, pois, com eles e, em conjunto, sejamos mais compreensíveis, mais afáveis, mais simpáticos, mais responsáveis, mais construtivos, mais justos, mais dinâmicos e, juntos, criaremos um Mundo melhor, mais sustentável e mais harmonioso!