Dizem que é “obra faraónica”, mas esquecem que Washington também tem um. Dizem que foi caro, mas a arte não tem preço. Dizem que é gigantesco, mas isso é uma questão inultrapassável, como já veremos.
E o que diz Isaltino Morais do seu obelisco? Segundo que vem escrito na página do Facebook da Câmara Municipal, trata-se de uma estrutura “cuja génese remonta à época do antigo Egito e servia a função de ‘furar as nuvens, atuando como polo de atração da energia celeste, fazendo a ligação desta à Terra'”. Está explicada a opção pelo formato.
Quanto ao custo (600 mil € pagos a Júlio Quaresma), a adjudicação por ajuste direto foi a 18 de março de 2020 e o contrato assinado a 8 de maio, entre o vice-presidente, Francisco Rocha Gonçalves, e o escultor. O contrato foi a 15 de junho para o Tribunal de Contas para fiscalização prévia. Não houve impedimentos legais, a obra fez-se.
Quanto ao gigantismo… há uma simbologia envolvida neste pormenor. A altura, 17,59 metros, remete para 1759, “quando, a 13 de junho, o concelho de Oeiras foi constituído por carta régia.” É alto? Queixem-se ao Marquês de Pombal.
Depois disto, o cartoon de Hélder Dias, “Isaltix”, que endereçamos ao presidente da Câmara Municipal de Oeiras.