Hospital abandonado no centro de Lisboa

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Quem desce a Almirante Reis e chega à rua da Palma, certamente que se intrigará com a decadência que se acentua no grande edifício do lado direito da rua. Sim, a decadência nota-se a cada dia que passa. É mais um vidro que se partiu e ninguém substitui. É a janela sempre aberta, mesmo quando chove a potes. É a tinta da parede a ganhar musgo, as ervas que nascem crescem e secam sem que algum jardineiro se aproxime delas, as portas que nunca se abrem. É a ausência de gente. O edifício está vazio, abandonado.

Se nos aproximarmos, notamos sinais de obras de construção civil. Montes de entulho um pouco por todo o lado, tubagens em alumínio pelo chão, latas de tinta esquecidas. Mas não há pedreiros em ação. Não se vê ninguém.

No portão há sinais de que o local é vigiado por uma empresa de segurança. Mas não há guardas à vista. Talvez haja câmaras de vigilância e estejam em teletrabalho.

O Hospital do Desterro está abandonado. Houve notícias em tempos que davam conta de um projeto de reabilitação. Quiseram fazer do velho convento um moderno centro cultural. Era uma boa ideia, não sendo preciso haver ali um hospital. Um centro cultural sempre seria melhor que mais um hotel de 5 estrelas.

Aconteceu que com a desculpa da pandemia, a empresa que tem a concessão do Estado para explorar o convento de Nossa Senhora do Desterro não quis continuar a arriscar dinheiro e decidiu impor novas regras, nomeadamente o cancelamento da renda estipulada pela ocupação daquele espaço generoso com mais de 12 mil metros quadrados. O Estado (dono do edifício) não aceitou a sugestão da Mainside e as partes entraram num conflito que resultou no atual impasse. Não há obras, o edifício estraga-se.

Cinco séculos depois de ter sido construído, o edifício corre agora sérios riscos.

Na verdade, observando as contas da Mainside, nota-se que já antes da pandemia havia problemas financeiros e despedimentos de pessoal.

fonte: Dinheiro Vivo

A Mainside dedica-se ao turismo e hotelaria, tem vários hotéis e restaurantes em Portugal, nomeadamente explora o conhecido Lx Factory, uma espécie de espaço onde coexistem diferentes projetos culturais e comerciais. Era mais ou menos o mesmo que queriam fazer do antigo Hospital do Desterro.

E agora, perguntam os lisboetas? Agora, mais valia que não tivessem desmantelado o Hospital do Desterro.

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