Sou Biólogo Marinho, gerente da SeaEO Tours e nunca tinha visto tantos golfinhos juntos no rio Tejo. Foi uma surpresa fantástica, marquei o dia 12 de abril no meu calendário dos dias felizes.
Eram cerca de 50 indivíduos da espécie Golfinho-roaz (Tursiops truncatus), mais conhecido como Roaz Corvineiro. Desenvolvo o meu trabalho com golfinhos desde 2008, e este foi o avistamento mais incrível de Roazes no Tejo que testemunhei.
Este grupo era composto por adultos, juvenis e algumas crias com pelo menos 2 anos. Podem atingir os 45 anos, mais de 4 metros de comprimento e um peso superior a 450 a 500 quilos. A sua proximidade à costa, testemunhada também noutros locais a surfar as ondas uns dias antes, deve-se ao facto de se alimentarem de presas que habitam perto destes ecossistemas costeiros. Como exemplo, este grupo de Roazes foi visto no Tejo a atirar tainhas ao ar, brincar com um valente choco e nadar atrás de peixe à superfície a maior velocidade.
São também uma espécie acrobática, elaborando performances no ar bastante flexíveis. Como predadores de topo têm uma importância enorme no equilíbrio de alguns ecossistemas, tal como os tubarões.
Golfinhos-comuns têm sido presença assídua no rio, já muitos tiveram oportunidade de os ver. Contudo, o seu estatuto de proteção desde 1981, não evita que sejam ocasionalmente capturados em artes de pesca mesmo sem intenção. É necessária maior sensibilização da sociedade civil, o mar precisa de iniciativas inovadores na proteção dos oceanos e sustentabilidade das atividades humanas
As fotografias são de Carolina Benvegnu.
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