Estão a aumentar o número de novos casos de infetados com o coronavírus. O boletim epidemiológico regista hoje 874 casos, o valor mais elevado desde o início de março. O boletim da Direção Geral de Saúde regista ainda duas mortes, 504 pessoas internadas, 113 em cuidados intensivos. Em resumo, menos mortes e internamentos em enfermaria, mais gente nos cuidados intensivos e mais novos casos de contágio, nas últimas 24 horas.
É evidente que quantos mais infetados houver, mais pessoas acabarão por ir parar ao hospital e ao cemitério.
O primeiro-ministro manifestou-se hoje preocupado com a velocidade de transmissão das infeções de covid-19 nas escolas, que associou à variante britânica, e afirmou estar em curso um reforço da testagem e um alargamento da vigilância.
Contágios nas escolas
Na verdade, se as escolas revelarem ser veículo para a propagação da doença, vamos ter um problema. Por mais quês e tente, não é possível manter centenas ou milhares de crianças permanentemente sentadas e as escolas não estão estruturadas para gerir uma situação pandémica: com turmas sobrelotadas e áreas comuns exíguas, não há distanciamento físico possível.
Confrontado com dados que indiciam um aumento dos contágios entre crianças, sobretudo desde que reabriram as escolas em 15 de março, o líder do executivo reconheceu estar apreensivo, principalmente porque na maioria dos contágios verificados estáimplicada a nova variante britânica do vírus.
Nesse sentido, disse o primeiro-ministro, após a identificação de um caso com uma criança numa escola, “estão também a ser testadas as respetivas famílias”.
“Berbicacho” com a AstraZeneca
Quanto à vacinação, o primeiro-ministro admitiu que pode existir um “berbicacho” com a vacina da AstraZeneca. Depois de vários casos verificados um pouco por todo o Mundo de tromboembolismos apos a tomada da vacina, a Agência Europeia do Medicamento está a reavaliar a utilização dessa vacina.
“Se houver um berbicacho, então isso terá inevitáveis consequências no processo de vacinação”, disse o primeiro-ministro.
O Governo português espera pela decisão da União Europeia, qualquer que ela seja. António Costa referiu que o processo de vacinação na Europa tem estado “fortemente condicionado pela capacidade de produção a montante”, designadamente “pelo incumprimento por parte da AstraZeneca das suas obrigações contratuais”.
“Se houver restrições acrescidas, isso traduzir-se-á inevitavelmente numa maior morosidade na forma de desenvolvimento do plano de vacinação”, reforçou o primeiro-ministro.
António Costa adiantou que, neste momento, na União Europeia, não há vacinas alternativas para substituir imediatamente as da AstraZeneca.