Sempre evitei opinar sobre matérias que não domino. Na qualidade de médico, para poder falar, com rigor, de uma matéria tão complexa como as vacinas, teria de perder meses. O mesmo não acontece enquanto cidadão, pois adquiri várias certezas inabaláveis, as únicas sobre que me debruço.
E a primeira dessas certezas, já por mim escrito e reescrito, é que, com o desenrolar da Covid-19, cedo ficou evidente o apagamento da comunidade médico-científica, impotente perante a teia montada pela indústria farmacêutica.”
Em março de 2020, já eu denunciava a influência nefasta deste poderoso lóbi, que, entretanto, dera em assumir o controlo da investigação clínica, à escala global. Mais e pior, era flagrante a existência de outras pressões inadmissíveis: sobre poderes políticos e entidades sanitárias, que pareciam insuspeitas; sobre algumas das revistas médicas mais conceituadas do mundo; e, até, pela “compra” de pareceres técnicos a profissionais que, como prostitutas, emitiram teses falsas e colocaram certos procedimentos em dúvida, sem fundamentação válida. A absurda “troca” da baratucha cloroquina, pelo caríssimo rendesivir, com o aval da OMS, é só uma página deplorável de um romance de péssima qualidade.
Mas, falando agora de vacinas, talvez a revelação de uma “inconfidência” de Eva Blinker, Secretária de Estado do Orçamento da Bélgica, nos ajude a compreender alguma coisa.
Os preços que a União Europeia acertou, para a aquisição da vacina da Astrazeneca, foi 1,78 €/cada dose.
Já em relação às outras:
Moderna – 14,7 € (8,25 vezes mais)
Pfizer – 12 € (6,74 vezes mais)
Cure Vac – 10 € (5,61 vezes mais)
Sanofi/GSK – 7,56 € (4,24 vezes mais)
Johnson & Johnson – 6,90 € (3,87 vezes mais)
Será que isto não justifica um tremendo investimento em contrainformação e até no levantamento de obstáculos em diversas instâncias? Será que este “pequeno nada”, de muitos biliões, deve ser menosprezado ao vermos a intolerância de “reguladores” que, em contramão, facilitam a vida aos concorrentes e apontam o dedo aos (raros) efeitos adversos da vacina AstraZeneca, a mais escrutinada de todas? Uma vacina que até é produzida segundo métodos clássicos e de que há um saber mais profundo?
Ainda que só muito ao de leve tenha mergulhado nos “aldrabados” ensaios clínicos das vacinas, e nos seus resultados, é notório para mim, como para toda a gente minimamente informada, que, enquanto as demais têm uma espécie de “livre-trânsito”, o licenciamento da Astrazeneca tem passado por exigências nunca postas às outras.
Para terminar, e a pretender reforçar a confiança dos portugueses, acrescento que já levei a primeira dose da Astrazeneca e EXIJO, conforme é boa prática médica, que não cometam o disparate de me quererem administrar uma segunda dose de marca diferente.
A comemorarmos um feriado que me é querido, mas que apresenta contornos ainda mais burlescos do que os do ano passado, atrevo-me a concluir: 25 de abril, sempre! Vampiros… nunca mais!..