A compra de casa foi sempre um negócio da China, mesmo antes de os chineses começarem a comprar vistos gold, como quem come um gelado. Uma afronta.
Rita Valadas, mulher de grandes méritos. É a nova presidente da Cáritas. E alertar-nos para a onda de pobreza que vai varrer a sociedade portuguesa.
Nós dividimo-nos há muito em três extractos. Os pobres. Os que vivem aflitos para pagar contas. E por fim uma minoria de gente podre de rica. Os principais encargos das famílias que pagam impostos são pagar a casa e um carrito. Mas o problema está escondido na sobreavaliação dos imóveis. O preço final das nossas casas é feito a “olhómetro para cima” porque dá jeito aos comilões.
Mandar construir sai a um terço do preço
Por exemplo, construir uma moradia, com tecto e fundações, isolamento e janelões basculantes, de 300 metros de área e 100 de implantação, custava mil euros o metro quadrado. Há dez anos. Ou seja, 300 mil euros, em pleno Restelo.
Na mesma altura, o preço dessa construção de 300 metros custava metade dum apartamento de 100 metros quadrados na urbanização por cima do Pingo Doce em Alcântara, onde se pedia 600 mil euros. O dobro por um terço de área. Afinal bastava mandar construir em vez de comprar a um promotor.
Encher a pança a construtores e banqueiros
Falamos da construção. Porque os terrenos são outros quinhentos. Estão açambarcados por meia dúzia de ricaços que nos têm feito a vida negra. Temos andado a encher a pança a construtores civis, banqueiros e açambarcadores de terrenos.
Andamos a alimentar offshores e enriquecimentos ilícitos.
Rita Valadas da Caritas teve a coragem de falar de pobreza. Vamos ver se fica lá muito tempo.