Um dia, um cão de estimação inspirou um jovem empresário a fazer biscoitos e bolos para os melhores amigos do homem. Daí a uma “pet bakery” abrir em Algés, concelho de Oeiras, foi um passo. Mesmo em plena pandemia de Covid-19 e com as dificuldades resultantes dos confinamentos impostos pelo estado de emergência para travar a progressão da doença, o empresário mantém o optimismo.
Tiago Silva revelou ao Duas Linhas: “A empresa tem dois anos e começou por ser uma pastelaria para pessoas. Eu fazia biscoitos para o meu cão Rossi e a partir daí, em vez de fazer para pessoas, decidi fazer para animais. Felizmente tem corrido muito bem até porque abrimos a loja em plena pandemia”. “Foi um desafio, mas apostámos tudo no online”, acrescentou.
Apesar dos visitantes da loja passarem a mensagem para amigos e conhecidos, é graças às novas tecnologias que o negócio vai existindo. “Nós temos muitas vendas através do nosso site e também temos seguidores nas redes sociais e através daí vão para o nosso site e acabam por encomendar. “Entre a comida mais tradicional para cães e gatos, existem bolos, biscoitos e “vários snacks para eles roerem” das mais variadas formas e cores, para além de outros produtos.
Ora, por norma, o amigo de quatro patas tem de ser vigiado na alimentação, mas Tiago Silva afirma que tomam todos os cuidados. “Nós temos a veterinária da nossa fábrica que acompanha o processo de produção e todos os biscoitos são enviados para análise num laboratório antes de serem comercializados”. E como se fabricam estes petiscos? “Não utilizamos ingredientes que eles não possam comer, açúcares, chocolates, nada. Usamos muita fruta, iogurtes, tapioca, tudo produtos que eles podem comer nas quantidades que o possam fazer, os donos podem estar mais do que sossegados”.
Qualquer raça canídea pode consumir os produtos, mas existe um detalhe: “No que toca à idade [do cão], recomendamos a partir dos quatro meses. Antes disso são pequenininhos, mas a partir dos quatro meses podem comer à vontade e temos clientes de todas as idades, sem problema nenhum”, revela o empresário.
O pedido mais invulgar que foi feito a esta pastelaria fora do comum chegou quase ao mesmo tempo da sua abertura ao público: “Tivemos um bolo de casamento de dois cães, uma vez. Foi há dois anos, esse pedido”, lembra Tiago Silva, que revelou que o bolo tinha a forma de um osso com os nomes dos “noivos de quatro patas”.
Uma das dificuldades que o empresário lembra resultantes da pandemia foram os atrasos com fornecedores de matérias primas. “Houve fornecedores que fecharam por causa de surtos de Covid-19 nas fábricas, outros porque algum dos produtos que mandamos vir é de fora de Portugal e começaram a haver cada vez mais atrasos”, acrescentou. Mesmo com esses obstáculos, o objectivo continua a ser a aposta no mercado online e não põe de lado a hipótese de expandir o negócio.
