Que futuro, comércio de Arroios?

Percorrer as ruas de Arroios é de congelar o coração daqueles que se habituaram a sentir a dinâmica comercial da nossa freguesia. Sobretudo nas principais artérias como a Pascoal de Melo ou a Almirante Reis, pejadas agora de lojas fechadas, com tijolos ou com os vidros partidos e cartas metidas debaixo da porta, mas também nos nossos mercados, ultimamente nas notícias pelas piores razões. De bairro mais cool a bairro bem cold, fechado e frio.

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Nas últimas semanas tanto o Mercado 31 de Janeiro como o Mercado de Arroios foram notícia pelas piores razões, com os vendedores, do primeiro, a queixar-se de discriminação, de abandono e de falta de condições de higiene (JN, 05/02/2021) e os do segundo a queixar-se de que chove dentro do mercado, estragando as mercadorias e afastando os fregueses (Público, 11/02/2021 e JN, 01/03/2021). Dois dos três mercados localizados Arroios, com problemas básicos.

Jornal de Notícias

Importa relembrar que a gestão dos mercados são das últimas grandes tarefas de gestão económica das Juntas de Freguesia, que inclusivé reconhecem que as taxas cobradas são “a sua principal fonte de receita”. Como é que temos então, em duas semanas, dois dos três mercados da freguesia a expor problemas graves e, aparentemente, com negligencia da gestão local? Os mercados são um espaço de encontro dos fregueses, de dinamização do pequeno comerciante, do pequeno produtor e da fruta que sabe mesmo a fruta e daquele peixinho fresco que nos alegra o fim de semana. É uma exigência dos fregueses que sejam tratados com mais carinho e, também, com racionalidade económica.

Uma gestão activa por parte da Junta poderia mitigar esta imagem dos mercados de Arroios (31 Janeiro, Arroios, Forno do Tijolo). Não é suficiente enviar newsletters a instar os fregueses a comprar nos mercados, é preciso atuar nas coisas mais simples: limpeza, segurança, gestão económica. Se os mercados são bons, as pessoas aparecem.

O restante comércio de Arroios não anda melhor. São ruas frias e abandonadas, com lojas fechadas e com vidros partidos, cartazes de ‘aluga-se’ e ‘vende-se’ e cartas metidas debaixo das portas. Podemos culpar a pandemia, mas os problemas vêm de trás. À situação presente não é alheia a política de gestão económica seguida no passado pela Junta de Arroios nem a sua complacência com a acção camarária ao nível do estacionamento e da mobilidade, com a saga das obras do Metro de Arroios e com a incapacidade, de várias entidades, de apoiar condignamente os mais desfavorecidos e os sem abrigo, situação preocupante e que prejudica a imagem da freguesia, dando até origem a reportagens de televisão, exibidas em horário nobre (TVI, 25/01/2021).

Exige-se mais no apoio ao comerciante pelo dinamismo, vida e até segurança que emprestam às nossas ruas.

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